Categoria: Obesidade

Mortes por desnutrição caem, mas óbitos por obesidade crescem no Brasil em 30 anos

Mortes por desnutrição caem, mas óbitos por obesidade crescem no Brasil em 30 anos

Uma boa e uma má notícia emergem de estudo da Escola de Enfermagem que aborda os efeitos fatais das condições ruins de nutrição no Brasil nos últimos 30 anos: enquanto o número de mortes por desnutrição caiu, o de óbitos associados à obesidade aumentou.

Coordenado pela professora Deborah Carvalho Malta, do Departamento de Enfermagem Materno-infantil e Saúde Pública, o estudo analisou o impacto de dois fatores: as deficiências nutricionais e o índice de massa corporal (IMC) elevado nos 27 estados do Brasil. A pesquisa, que compreende o período de 1990 a 2019, valeu-se de dados estimados pelo estudo Carga global de doenças com métricas: número absoluto de mortes, taxa de mortalidade padronizada e anos de vida ajustados por incapacidade. Além disso, verificou-se a correlação entre a variação percentual das taxas de mortalidade e o índice sociodemográfico (SDI).

“Durante muito tempo, a desnutrição e o IMC foram vistos como problemas de saúde pública distintos que afetavam grupos populacionais diferentes. No entanto, a ocorrência conjunta desses dois tipos de má nutrição está aumentando. Esse aparente paradoxo é resultado de profundas mudanças sociais e desigualdades. Tanto a desnutrição quanto o IMC elevado tendem a prevalecer em populações de baixo nível socioeconômico”, esclarece Deborah Malta

De acordo com a professora, os resultados revelam diminuição no número de mortes (75%), na taxa de mortalidade (75,1%) e nos anos de vida ajustados por incapacidade (72%) atribuível a deficiências nutricionais verificadas em todas as regiões do Brasil. As principais vítimas são crianças com menos de cinco anos e idosos acima de 60 anos.

O trabalho ressalta uma distinção entre o número de óbitos absoluto e a taxa de mortalidade. Esse índice é resultado do cálculo do número de mortes dividido pela população. É um indicador mais preciso, segundo a professora Deborah Malta, porque leva em consideração o aumento da população.  A queda nas taxas de mortalidade indica que o número de óbitos subiu em proporção menor do que o crescimento populacional.

Fonte:  Universidade Federal de Minas Gerais.